Um trágico ataque de onça-pintada no Pantanal matou um homem nesta semana e levantou preocupações sobre a convivência com grandes felinos em áreas rurais. O caso aconteceu no município de Aquidauana (MS) e gerou repercussão nacional, já que esse tipo de ocorrência é considerado extremamente raro.
O que aconteceu no ataque da onça-pintada
O ataque ocorreu no dia 21 de abril de 2025, quando Jorge Ávalo, de 60 anos, desapareceu após sair para coletar mel em uma propriedade rural na região de Touro Morto. No dia seguinte, familiares e equipes de busca encontraram partes do corpo do trabalhador a cerca de 50 metros da trilha, com marcas evidentes de predação.
Segundo os relatos, a vítima teria sido arrastada por uma onça-pintada, que consumiu parte dos restos mortais — um comportamento incomum, mas possível em situações de fome extrema ou ausência de presas naturais.
Onça capturada após o ataque no Pantanal
Na madrugada do dia 24 de abril, agentes da Polícia Militar Ambiental, guias locais e biólogos capturaram um exemplar de onça-pintada macho, com cerca de 94 kg, nas proximidades do local do ataque. O felino apresentava sinais de desnutrição, o que pode ter contribuído para o comportamento agressivo.
O animal foi sedado e encaminhado ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande (MS), onde passa por exames veterinários. Até o momento, não há confirmação genética de que se trata do mesmo indivíduo envolvido no ataque.
Ataques de onça-pintada a humanos são raros
De acordo com especialistas, a onça-pintada (Panthera onca) evita contato com humanos sempre que possível. Ataques como esse são excepcionais e geralmente ligados a:
- Escassez de presas naturais, como capivaras e queixadas
- Condições físicas debilitadas do animal
- Ambientes modificados, com maior presença humana
- Atração por cheiros fortes, como mel ou alimentos armazenados
Em entrevista à imprensa, pesquisadores reforçaram que o mel coletado por Jorge pode ter atraído o felino, confundindo-o com uma fonte de alimento.
Convivência com grandes felinos: riscos e precauções
O caso reacende o debate sobre a convivência entre humanos e animais silvestres em regiões de transição, como áreas rurais próximas a matas. Organizações ambientais e órgãos públicos recomendam:
- Evitar alimentos atrativos em áreas abertas
- Não circular sozinho em regiões de mata densa
- Manter rotas de segurança e abrigo nas propriedades
- Comunicar avistamentos aos órgãos ambientais locais
A onça-pintada é um animal protegido por lei e desempenha papel fundamental no controle populacional de outras espécies. A melhor forma de evitar conflitos é por meio da educação ambiental e ações de prevenção.
O que acontece agora?
As autoridades aguardam os resultados dos exames no felino capturado, que podem confirmar ou descartar sua relação com o ataque. O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil e acompanhado por instituições de conservação da fauna.
